domingo, 29 de abril de 2012

Coisas de museólogo....

MOMENTO CULTURAL
Os responsáveis pela palavra bunda, como é conhecida na atualidade - e aí me refiro ao conceito contemporâneo de bunda, ou seja, a bunda como ela é - são os africanos. Mais especificamente, os angolanos e os cabo-verdianos. Para ser ainda mais preciso, as angolanas e as cabo-verdianas. Foram elas, angolanas e cabo-verdianas, que, ao chegarem aqui durante as trevas da escravatura, revolucionaram tudo o que se sabia sobre bunda até então.
Foi assim: naquela época, a palavra bunda não existia. Os portugueses, quando queriam falar a respeito das nádegas de uma cachopa, diziam, exatamente isso, nádegas. Ou região glútea, tanto faz. Aí, os escravos angolanos e cabo-verdianos chegaram ao Brasil. Só que eles não eram conhecidos como angolanos nem cabo-verdianos. Eram os bantos chamados bundos, que falavam o idioma ambundo. Ou quimbundo. A língua bunda, enfim.
Os bundos, em especial as mulheres bundas, possuíam a tal região glútea muito mais sólida, avantajada, globosa. Os portugueses, que não eram bobos, logo encompridaram os olhares para as nádegas das mulheres bundas. Quando uma delas passava diante de uma turma de portugueses eles já comentavam: - Que bunda!
Em pouco tempo, a palavra bunda, antes designação de uma língua e de um povo, passou a ser sinônimo de nádegas.
Assim nasceu a bunda moderna.